domingo, 31 de outubro de 2010

Ustasha e a Igreja Católica


Bandeira do clero fascistas croata. Observe o U de Ustasha na bandeira.

Os ustaše (no singular ustaša, por vezes escrito ustashe ou ustasha) foram uma organização croata de extrema-direita que foi colocada no poder no Estado Independente da Croácia pelas potências do Eixo em 1941. Praticou políticas fascistas e foi expulso pelos partisans comunistas iugoslavos e pelo Exército Vermelho em 1945.

A Ustase foi fundada em 1929, como um movimento político nacionalista que praticava o terrorismo. Na altura em que chegou ao poder, durante a Segunda Guerra Mundial e a subseqüente ocupação da Iugoslávia pelo Terceiro Reich, a organização tinha um exército que atingiu 76.000 homens em 1944.

Ideologia

A palavra ustaše é plural de ustaša, e descreve uma pessoa que participa de um ustanak (levante, em croata). Os ustaše tinham como objetivo estabelecer uma Croácia pura do ponto de vista étnico – assim sendo, pessoas de origem sérvia e bósnia eram seu principal alvo. Sobre essa forma de limpeza étnica, os ministros Mile Budak, Mirko Puk e Milovan Žanić declararam, em maio de 1941, que as três principais metas ustaše eram:

 - Converter um terço dos sérvios ao catolicismo;
 - Exterminar um terço dos sérvios residentes na Croácia;
 - Expulsar/deportar o terço restante.

Uma contradição da ideologia nazi-fascista tão apreciada pelos ustaše era o fato de que os croatas são de origem eslava e, portanto, considerados racialmente inferiores aos olhos dos mentores nazistas. Assim, os "ideólogos" ustaše criaram uma teoria absurda baseada numa origem pseudo-gótica dos croatas, visando elevar seu status aos olhos dos arianos.

Para os ustaše, os bósnios muçulmanos são considerados croatas muçulmanos. Estes não eram formalmente perseguidos pelos ustaše; inclusive, alguns alistaram-se em divisões dasWaffen-SS nazistas (como a divisão Handschar, comandada pelo infame Amin al-Husayni, e a Kama, chefiada por Edmund Glaise von Horstenau, então adido militar do Terceiro Reichna Croácia e pelo Coronel Viktor Pavicic).

Os princípios básicos do movimento ustaše foram enunciados por Ante Pavelić em seu manifesto "Princípios do Movimento Ustaše", publicado em 1929.


Vítimas


Os ustaše tentaram exterminar sérvios, judeus, ciganos ou quaisquer outros que a eles se opusessem ou não professassem a fé católica, incluindo-se aí alguns comunistas croatas. Uma vez chegados ao poder, aliando-se às tropas nazistas, em 1941, os ustaše criaram diversos campos de concentração para isolar suas vítimas. O maior e mais famoso deles foi o de Jasenovać, comandado por Dinko Sakić (que fugira para a Argentina ao final da guerra, sendo descoberto e levado a julgamento em solo croata em 1998, sendo condenado a vinte anos de prisão).

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Não se sabe ao certo o número exato das vítimas dos ustaše, e as estimativas existentes confirmam que dezenas ou até mesmo centenas de milhares de inocentes foram mortos nesses campos de concentração, ou mesmo fora deles. Mas o número de judeusmortos é bastante confiável: 32.000 pereceram em território croata durante a Segunda Guerra Mundial. Mais de 40.000 ciganos iugoslavos também vieram a ser assassinados; com relação ao número de sérvios vitimados pelos Ustaše, as estimativas são entre 700.000 e 1.200.000 de sérvios.

As atrocidades cometidas pelos ustaše eram tão grotescas que horrorizaram até mesmo os nazistas, que tiveram que intervir para frear o terrorismo ustaše.

Livros didáticos de História editados durante o regime comunista na Iugoslávia afirmam que o número de vítimas dos ustaše chega a setecentas mil pessoas somente em Jasenovać. Este número foi citado com base em um cálculo de perdas demográficas de população (i. e., a diferença entre a população atual e a do período pré-guerra, somando-se aí um eventual crescimento populacional impedido pelo conflito).




Campos de concentração


O Memorial de Jasenovac, atualmente dirigido por Slavko Goldstein, possui uma lista de 59.188 nomes de vítimas desse local; essa lista foi compilada por assessores do governo comunista iugoslavo. Como esse processo foi algo impreciso, estima-se que a lista mencione entre 60 e 75% do total de vítimas, elevando o número de mortos nesse complexo à faixa entre oitenta e cem mil. O antigo administrador do Memorial, Simo Brdar, estimou ao menos 365 mil mortos em Jasenovac.

Milicianos da Ustaše executando prisioneiros próximo ao Campo de concentração de Jasenovac.
As análises dos estatísticos Vladimir Žerjavić e Bogoljub Kočović são similares às do memorial. Em toda a Iugoslávia, o número estimado de mortes de sérvios chega a 487 mil, de acordo com Kočović, e 530 mil segundo Žerjavić, de um total de 1.014.000 ou 1.027.000 mortos, respectivamente. Žerjavić declarou que 197 mil civis sérvios foram assassinados no NDH (sigla em croata para o Estado Independente da Croácia), sendo 78 mil como prisioneiros em Jasenovac, bem como 125 mil combatentes dessa etnia. No entanto, esses dados foram acusados como sendo artificialmente inflados devido ao crescimento do nacionalismo sérvio. Žerjavić e Kočović estimaram a taxa de crescimento populacional dos sérvios na Bósnia (dentro do Estado Independente da Croácia) como 1,1%, a mesma taxa média de crescimento da Iugoslávia como um todo. Na verdade, a taxa de crescimento era de 2,4% entre 1921 e 1931, passando para 3,5% entre 1949 e 1953; acredita-se que eles tenham subestimado a taxa de crescimento populacional sérvia para diminuir a contagem de mortos dessa etnia.

O Museu do Holocausto de Belgrado compilou uma lista de mais de 77 mil nomes de vítimas de Jasenovac. O museu era dirigido por Milan Bulajić – que apoiava uma estimativa de setecentas mil vítimas ao todo. Atualmente, o Museu defende que o número de mortos está na casa dos oitenta mil.

Os primeiros campos de concentração Ustaše foram formados em 1941 e dissolvidos em outubro de 1942 (entre parênteses, o número de prisioneiros/campo, segundo dados disponíveis):
 - Danica, próximo de Koprivnica;
 - Pag (cerca de 8.500);
 - Jadovno, próximo de Gospić (35 mil);
 - Krušćica, na área de Vitez e Travnik;
 - Đakovo (três mil);
 - Loborgrad, Zagorje;
 - Tenja, perto de Osijek.

O complexo de Jasenovac foi construído entre agosto de 1941 e fevereiro de 1942. Os campos de concentração anteriores, Krapje e Bročica, foram fechados em novembro de 1941. Outros três campos (Ciglana, ou Jasenovac III), Kozara (Jasenovac IV) e Stara Gradiška (Jasenovac V) funcionaram até o final da ocupação nazista, em 1944. O número de prisioneiros (estimativas) varia de oitenta a cem mil, trezentos a 350 mil até setecentos mil.








Ligações com a Igreja Católica


As políticas adotadas pelos ustaše são definidas pelo termo "uniatismo" em alguns círculos da Igreja Ortodoxa. Mas este termo jamais foi usado pela Igreja Católica Romana ou peloVaticano, a não ser para fins de execração. Ainda assim, refere-se de forma pejorativa às conversões forçadas de cristãos ortodoxos sérvios ao catolicismo.

Isso confirmava o quanto os ustaše representariam um exemplo extremo do "uniatismo". Apoiavam agressões ou qualquer uso da força com tal de converter crentes ortodoxos. Apesar das conversões forçadas terem sido condenadas por Santo Agostinho, pelo Papa Leão XIII e outras personalidades, foi uma prática comum a católicos durante séculos (em especial durante a Inquisição espanhola). Os ustaše sempre acreditaram que os ortodoxos seriam seus principais inimigos – o que negava teses como as defendidas em encíclicas papais, que reconheciam a Igreja Ortodoxa como a única Igreja legítima além da católica romana. Indo mais além, os ustaše nunca sequer reconheceram a existência de minorias sérvias em território croata ou bósnio — apenas os identificavam como "croatas de fé oriental", e os bósnios, por sua vez, eram chamados "croatas de fé islâmica". Muitos padres entre os ustašeapoiavam a hostilidade aos sérvios ortodoxos conduzindo e incentivando conversões forçadas e amiúde violentas de sérvios por todo o território croata.


Alguns padres franciscanos e de outras ordens correlatas participavam dessas atrocidades pessoalmente. Um deles, frade Miroslav Filipović (do monastério de Petrićevac), que entrou para o movimento ustaša em 6 de fevereiro de 1942, num brutal massacre de 2.730 sérvios moradores de vilas próximas, sendo 500 destes crianças. Ele foi excomungado de sua ordem e teve sua prisão decretada. Filipović então tornou-se chefe da guarda do campo de concentração de Jasenovać, e era apelidado "Fra Sotona".

Durante toda a guerra, o Vaticano manteve fortes relações diplomáticas com o Estado Independente da Croácia, mantido pelos ustaše, inclusive mantendo um núncio papal na capital Zagreb. Ele estaria ali para investigar as conversões forçadas de sérvios ortodoxos, mas teria participado de algumas delas. Ainda hoje, as relações entre a Santa Sé e os ustaše são vistas com controvérsias pelos historiadores; ainda hoje, muitos sérvios acusam Pio XII, então pontífice, de cumplicidade com os crimes dos fascistas croatas.

Ante Pavelic, líder Ustasha
Depois do fim da Segunda Guerra Mundial, os ustaše que conseguiram escapar do território iugoslavo (entre eles seu comandante-em-chefe, Poglavnik – termo croata para Führer, ditador – Ante Pavelic) fugiram para a América do Sul, em especial para a Argentina. Acredita-se que conexões clandestinas operadas por clérigos católicos tenham sido vitais nesse processo. Entre os membros do Colégio Ilírio de São Girolamo, em Roma, envolvidos, pode-se citar os freis Krunoslav Draganović, Petranović e Dominik Mandić.

Sacerdotes e soldados do NDH fazem a saudação fascista durante o funeral do general Ustasha Matasic (Abril 1942)

O regime ustaša depositou grandes quantidades de ouro rapinadas de sérvios ortodoxos e judeus para contas em bancos suíços. De um total de 350 milhões de francos suíços, cerca de 150 milhões destes foram recuperados por tropas britânicas, mas os 200 milhões restantes (equivalentes a US$ 47 milhões) chegariam ao Vaticano. Alegações de que esse dinheiro ainda estaria mantido sob a guarda do Banco do Vaticano são voz corrente; de acordo com relatório da agência de inteligência norte-americana SSU, os depósitos dessa quantia foram efetuados em outubro de 1946. Ações judiciais foram perpetradas contra o Banco do Vaticano por vítimas das extorsões.

O arcebispo de Zagreb na época da guerra, cardeal Alojzije Stepinac, foi acusado de apoiar os ustaše, mas ele próprio teria afirmado que teria auxiliado vítimas do terror dos fascistas croatas. Ele foi formalmente julgado pelas autoridades comunistas da Iugoslávia após a guerra – mas, num processo controverso, foi beatificado por João Paulo II em 1998.

No dia 22 de junho de 2003, João Paulo II visitou Banja Luka, na Bósnia. Durante essa viagem, ele discursou para uma multidão no já mencionado monastério de Petrićevac, o que causou comoção pública, devido à ligação desse sítio com os crimes do frade Filipović. Nesse mesmo local, o Sumo Pontífice proclamou a beatificação do clérigo católico Ivan Merz (1896-1928), que fundara a Associação das Águias Croatas, em 1923.

Adicionar legenda
Pavelic e franciscanos

Membros do Ustaše e cleros católicos.







Mais recente:

O Vaticano, após a queda do NDH, jamais admitiu qualquer ligação com o regime. Nem mesmo o site oficial do Vaticano possui texto repudiando as barbaridades do NDH. O papa JP2 nunca aceitou visitar Jasenovac, atitude compartilhada pelo atual papa,B16. O Vaticano, através de seu banco, receptou e lavou o dinheiro roubado pelos fugitivos do regime nazi-católico da Croácia (Ustasha) no final da 2GM, além de ajudar vários figurões do NDH que nem Ante Pavelic,Andrija Artukovic e Dinko Sakic fugirem pra América do Sul e EUA(Operação Ratlines). A cumplicidade vaticana com os croatas lhe rendeu uma ação judicial. Advogados dos EUA, representando sobreviventes e parentes de vítimas do regime Ustasha, estão tentando processar, sem sucesso, o Banco do Vaticano.


Ver site dos advogados:  http://www.vaticanbankclaims.com/faqs.html
As folhas do processo contra o Banco Vaticano: http://www.vaticanbankclaims.com/5AC.pdf


Para quem se interessar, o Roberto do Holocaust-doc  traduziu uma materia sobre o Ustasha:
A Ustasha e o silêncio do Vaticano - parte 1parte 2 / parte 3

Material relacionado:
Holocausto na Croácia - parte 1 / parte 2

quarta-feira, 27 de outubro de 2010

1942: Judeus proibidos de ter animais domésticos


Judeu idoso é interpelado nas ruas de Berlim em 1933

No dia 15 de maio de 1942, Victor Klemperer registrou em seu diário a proibição aos judeus de manterem animais domésticos. O diário de Klemperer foi um relatório minucioso da cruel perseguição nazista aos judeus.


Em maio de 1942, a máquina mortífera de Hitler já havia fixado suas bases e a chamada solução final para os judeus estava, há muito, decidida. Depois que a Conferência de Wannsee, em janeiro de 1942, havia dado o sinal de largada para a matança coletiva, as pessoas começaram a ser estigmatizadas, perseguidas e aterrorizadas.

Victor Klemperer foi um deles. O professor de Literatura foi obrigado a deixar sua cátedra na Universidade de Dresden, mas negou-se a emigrar. Protegido pela mulher não-judia, Eva, ele passou dois anos num abrigo para judeus em Dresden.

A casa da família Klemperer havia sido confiscada. Victor conseguiu resgatar apenas algumas peças do mobiliário e o gato Muschel. Entre os anos de 1933 e 1945, ele registrou fielmente, todos os dias, o avanço do terror nazista. Mais de 50 anos depois, seu diário virou best-seller, em forma de cronologia do terror. 

Um pouco de normalidade

Em março de 1942, ele havia escrito: "Uma coisa tem que acontecer nos próximos meses. Ou Hitler se afunda, ou nós vamos a pique". O pouco de normalidade que restou na vida dos Klemperer havia sido o gato. Um animal de estimação, um ser fiel e carinhoso que os ajudava a esquecer as dificuldades do cotidiano, enquanto o cerco nazista aos judeus fechava-se cada vez mais.

Victor chegou a enumerar 31 proibições: rádio, cinema, concertos, museus, andar de ônibus, comprar flores, ir ao cabeleireiro, à estação ferroviária, passear nos jardins dos parques, ter máquinas de escrever, freqüentar bibliotecas públicas e restaurantes...

Para fazer suas compras, os judeus dispunham de apenas uma hora, sendo que, por exemplo, não podiam adquirir peixe, café, chocolates e frutas. "Mas estas proibições não são nada diante do constante perigo das batidas em nossas casas, dos maus-tratos, da prisão, do campo de concentração e da morte por violência", registrou Klemperer em seu diário.

Sentença de morte para o gato

No dia 15 de maio de 1942, ele anotou: "Está anoitecendo. Encontrei a senhora Ida Kreidl durante as compras e ela me contou do mais recente decreto dos nazistas: a partir de agora, os judeus e quem mora com eles estão proibidos de manter animais domésticos (cães, gatos, pássaros). Os animais também não podem ser dados a terceiros. É a sentença de morte para nosso Muschel, com quem convivemos há 11 anos e do qual Eva gosta tanto. Amanhã ele será levado ao veterinário, para poupar-lhe a morte coletiva".

O gato simbolizava a vida para o casal Klemperer, ou melhor, sua sobrevivência. Ambos tiravam do seu prato para darem de comer a Muschel. Seu rabo erguido significava para Klemperer a bandeira da sua causa, pelo fim do martírio dos judeus.

O fim próximo do animal foi um grande choque para o casal. A pior tortura, entre tantas proibições e restrições. "Outra pessoa não entenderia nosso martírio, poderia achar ridículo ou até imoral, se há tanta gente sofrendo..." anotou Klemperer.

O professor e escritor sobreviveu ao nazismo, falecendo em 1960 em Dresden.

Fonte: http://www.dw-world.de/dw/article/0,,520240,00.html

sexta-feira, 15 de outubro de 2010

Golias, a versão elétrica dirigivel (Sd.Kfz. 302)

ORIGENS E DESENVOLVIMENTO

Em novembro de 1940, após recuperar o protótipo de um veículo de lagartas em miniatura desenhado pelo engenheiro francês Adolphe Kégresse, o comando da Wehrmacht ordenou à companhia automotiva de Carl Borgward, em Bremen, que desenvolvesse um veículo similar com o propósito de carregar um mínimo de 50 kg de explosivos. A idéia por trás da iniciativa era destruir bunkers, posições fortificadas e até mesmo tanques à uma distância segura. O resultado foi o SdKfz. 302 (Sonderkraftfahrzeug, “veículo de propósito especial”), chamado de Leichter Ladungsträger (“carregador de carga leve”) ou simplesmente “Goliath”, que carregava 60 kg de explosivos.

O veículo se movia remotamente através de uma caixa de controle com joystick, que se ligava ao Goliath através de um cabo telefônico triplo conectado à traseira do veículo. Cada Goliath era descartável, sendo projetado para explodir junto com seu alvo. O protótipo tinha quatro grandes rodas principais e era propelido por dois motores elétricos. Os primeiros modelos de produção apresentavam rodas principais menores, e a esteira passava por cima das guias em três rolamentos de retorno. De abril de 1942 a janeiro de 1944 foram produzidas 2.650 unidades. Os primeiros exemplares foram entregues à Panzerpionierkompanien (Goliath) 811-815, que pertencia ao Heerespionierbataillon zb V600 (Taifun).

NOVAS VERSÕES

Contudo, a carga levada era pequena demais para causar os danos pretendidos, e o alto preço do aparelho, cerca de 3.000 Reichmarks, não compensava. A produção do SdKfz. 302 foi então paralisada em janeiro de 1944 em favor da produção de uma versão mais barata com motor de combustão, designada SdKfz. 303. Essa versão podia carregar 75 kg de explosivos e teve seu preço bastante reduzido em comparação com a versão anterior, custando cerca de 1.000 Reichsmarks a unidade.
Goliath: minas controladas por controle remoto.
A partir de novembro de 1944 foi colocada em produção a variante SdKfz. 303b, que carregava 100 kg de explosivos e era maior que sua predecessora. No fim, quase 5.000 unidades dessa versão foram produzidas. O alcance operacional do Goliath era de 1,5 quilômetro em cidades e 800 metros em campo.

EM OPERAÇÃO

Os Goliath foram usados em todos os fronts que a Wehrmacht lutou, a partir da primavera de 1942. Eram utilizados principalmente por unidades especializadas panzer e de engenheiros de combate. Esses aparelhos foram usados com destaque no Levante de Varsóvia em 1944, onde unidades do Exército e SS foram empregadas para esmagar a tenaz resistência polonesa do Armia Krajowa. Como os poloneses tinham somente um punhado de armas antitanque, voluntários foram muitas vezes enviados para cortar os cabos de comando dos Goliath antes que atingissem seu alvo. Alguns aparelhos também foram utilizados nas praias da Normandia durante os desembarques da Operação Overlord, embora a maioria tenha sido posta fora de ação pelas explosões de artilharia que danificavam seus cabos de comando.

CONCLUSÃO

Embora um total de 7.564 Goliaths tenham sido produzidos, essa arma de propósito único não foi considerada um sucesso devido ao alto custo unitário, velocidade baixa (cerca de 10km/h), pouca elevação em relação ao solo (apenas 11,4 centímetros), cabos de comando vulneráveis e blindagem fraca que falhava em proteger a bomba remota de qualquer forma de arma antitanque. No entanto, o Goliath fundou as bases para as tecnologias do pós-guerra em veículos remotamente controlados. Existem Goliaths preservados no Museu da Cavalaria Holandesa, em Roterdã, e no Museu do Campo de Provas de Aberdeen, em Maryland, EUA.

Os soldados britânicos com as minas controladas alemã Golias, capturadas .


DADOS TÉCNICOS (SdKfz. 302)

Tripulação: nenhum
Comprimento: 1,5 m
Largura: 0,85 m
Altura: 0,56 m
Blindagem: 5 mm
Peso: 370 kg
Motor: 2× Bosch MM/RQL 2500/24 RL2 (2,5 kW)
Velocidade máxima: 10 km/h
Alcance: 1,5 km em cidades e 800 m em campo
Armamento: 60 kg de explosivos






sábado, 9 de outubro de 2010

Churchill deliberadamente deixou milhões de indianos morrerem de fome

Winston Churchill, exibindo o V de vitória.
O Primeiro-Ministro britânico Winston Churchill deliberadamente deixou milhões de indianos morrerem de fome, diz a autora de um novo livro, motivado parcialmente por seu ódio racial.

Cerca de três milhões de pessoas morreram na Grande Fome de Bengala em 1943 após o Japão capturar a vizinha Birmânia – grande fonte de importação de arroz – e as autoridades britânicas guardarem toda a comida para soldados e operários de guerra.

A compra em pânico de arroz levou a uma alta vertiginosa dos preços, e os canais de distribuição foram desativados quando as autoridades confiscaram ou destruíram a maioria dos barcos e carros de Bengala para evitar que caíssem em mãos japonesas, caso fossem invadidos.

O arroz repentinamente tornou-se escasso no mercado e, enquanto a fome se espalhava pelas aldeias, Churchill repetidamente recusava súplicas por carregamentos emergenciais de alimentos.

Massas de famintos migraram para Kolkata, onde testemunhas descreveram homens lutando por restos e mães esqueléticas morrendo nas ruas enquanto os britânicos e indianos de classe média comiam fartas refeições em seus clubes e em casa.

Essa epidemia de fome é dos capítulos mais negros do Raj Britânico, mas agora a autora Madhusree Mukerjee disse ter descoberto evidências de que Churchill foi diretamente responsável pelo extremo sofrimento.

Seu livro, “Churchill’s Secret War”, mostra documentos nunca antes vistos que dizem que nenhum navio podia ser poupado da guerra. Análise de encontros do gabinete de guerra mostra que navios carregados de grãos da Austrália passavam pela Índia em seu caminho para o Mediterrâneo, onde grandes reservas foram construídas.

Análise das reuniões de gabinete da Segunda Guerra Mundial, os registros esquecidos do ministério e arquivos pessoais mostram que os navios cheio de grão da Austrália estava passando na Índia em seu caminho para a região do Mediterrâneo, onde enormes reservas foram se acumulando.



“Não era uma questão se Churchill sabia ou não: pedidos de suprimentos para Bengala foram feitos repetidamente e ele e seus associados mais próximos recusaram todos os esforços”, disse Mukerjee.




“Os Estados Unidos e a Austrália ofereceram-se para prestar ajuda mas não puderam, porque o gabinete de guerra não queria liberar os navios. E quando os americanos ofereceram-se para enviar comida em seus próprios navios, a oferta não foi seguida pelos britânicos”.


O registro de Churchill como um líder na guerra contra a Alemanha nazista já garantiu seu lugar na história, mas a sua atitude para com os indianos atrai menos admiração.



"Ele disse coisas horríveis sobre os índianos. Ele disse à sua secretária, que desejou que eles poderiam ser bombardeados", disse Mukerjee. "Ele ficou furioso com os indianos porque ele podia ver que a América não iria deixar o governo britânico na Índia continuar".


Churchill ridicularizou líder da independência indiana Mahatma Gandhi como um advogado que se levanta como um homem santo"semi-nu", respondendo a oficiais britânicos na Índia que pediram abastecimento de alimentos e perguntou a eles por que Gandhi ainda não havia morrido.



"Eu odeio os índianos. Eles são um povo bestial com uma religião bestial", disse Leo Amery, o secretário de Estado para a Índia. Outra vez, acusou os indianos de efetivamente causar a fome, "reproduzindo como coelhos."


Amery uma vez perdeu a paciência depois de um discurso do primeiro-ministro, com Churchill dizendo que ele não poderia "ver muita diferença entre a sua perspectiva e de Hitler."

Amery escreveu em seu diário: "Eu estou de maneira nenhuma certeza se sobre este assunto da Índia, ele é realmente muito saudável."

Mukerjee acredita que as opiniões de Churchill sobre a Índia, onde serviu como jovem oficial do Exército, veio de sua formação vitoriana. Como seu pai, ele via a Índia como a jóia fundamental para a coroa do império britânico.



“O ódio racista de Winston vinha de seu amor pelo Império, da mesma maneira que um marido ama sua esposa-troféu: ele prefere destruí-la do que perdê-la”, disse a autora.


O livro de Mukerjee foi saudado como uma conquista revolucionária que desenterra novas informações, apesar das centenas de volumes já escritos sobre a vida de Churchill.

Eminente historiador britânico Max Hastings o descreveu como "significativa - e para os leitores britânicos -. angustiante".

O autor Ramachandra Guha disse que "pela primeira vez, a prova definitiva de como um grande homem preconceituoso contribuiu para uma das fomes mais mortais da história moderna".

Mukerjee atributos revelações do livro para a sua formação como físico.



"As pessoas suspeitavam que algo como isto aconteceu, mas ninguém realmente atravessou a prova propriamente para descobrir o que os navios estavam fazendo no momento, provando que o grão pode ter sido levado para a Índia", disse ela.




"Eu não tive a intenção do destino Churchill. Parti para entender a fome e eu lentamente descobriu sua parte nela."


"A fome, você poderia argumentar, foi em parte um ato deliberado. A Índia foi forçada a exportação de grãos nos primeiros anos de guerra e em 1943 foi a exportação do arroz, por insistência pessoal de Churchill. Os britânicos exploraram impiedosamente a Índia, durante a guerra e não pararam mesmo quando a fome começou. "

Mukerjee, uma bengali de 49 anos que agora vive em Frankfurt com o marido alemão, acredita que a fome de Bengala também foi escovada do ar nos livros de história indiana.

"Eu nunca aprendi sobre ele na escola e meus pais nunca mencionaram isso", disse ela."Não há culpa da classe média que eram empregados em profissões que significava que eles receberiam rações. Mas os moradores foram considerados dispensáveis."

Sete anos de trabalho sobre o livro, e de ouvir contos extenuante de sobreviventes da fome que rastreou em vilas remotas, deixaram Mukerjee com parecer duros de Churchill.

"Ele é freqüentemente criticado por bombardear cidades alemãs, mas nunca antes foi responsabilizado pelas mortes de tantas pessoas como a fome de Bengala. Foi a maior mancha na sua carreira."

"Acho muito difícil ter a mente aberta sobre ele agora", disse ela. "Afinal, ele teria pensado que eu não valho a comida que eu como."

Fonte: http://www.rawstory.com/rs/2010/09/book-claims-churchill-deliberately-millions-indians-starve-death/

segunda-feira, 4 de outubro de 2010

Relatório de Cornides, Oficial da Wehrmacht, sobre Belzec

Wilhelm Cornides

Em 30 de agosto de 1942, um oficial alemão não-comissionado, Wilhelm Cornides, esteve em Rzeszow, em seu caminho de trem para Chelm. Em seu diário ele registrou que um policial ferroviário em Rzeszow lhe disse que "uma placa de mármore com letras douradas será erguida em 1° de setembro, porque então a cidade estará "livre de judeus". O policial também lhe disse que trens cheios de judeus "passam quase diariamente através dos pátios de baldeação, são despachados imediatamente para seu trajeto, e retornam totalmente vazios, com mais freqüência na mesma noite." Cerca de 6.000 judeus de Jaroslaw, acrescentou o policial, "foram mortos recentemente em um dia."

Então Cornides pegou o trem regular de passageiros de Rzeszow para Chelm, chegando a Rawa Ruska em 31 de agosto, e registrando em seu diário, enquanto esteve na "Casa Alemã" daquele local:


"Ao meio-dia e dez minutos, eu vi um transporte de trem correr para a estação. No teto e nos degraus sentavam-se guardas com rifles. Podia-se ver à distância que os vagões estavam abarrotados de pessoas. Eu me virei e percorri a pé o trem inteiro: ele consistia de 35 vagões de gado e um vagão de passageiros. Em cada um dos carros havia no mínimo 60 judeus (no caso dos transportes de homens alistados ou transportes de prisioneiros, esses vagões comportariam 40 homens; entretanto, os bancos haviam sido removidos e podia-se ver que aqueles que estavam ali trancados tinham que ficar espremidos em pé). Algumas das portas estavam um pouco abertas, as janelas entrecruzadas com arame farpado. Entre as pessoas ali trancadas havia alguns poucos homens e a maioria deles eram velhos; tudo o mais eram mulheres, garotas e crianças. Muitas crianças se amontoavam às janelas e às estreitas aberturas das portas. A mais nova com certeza não tinha mais de dois anos.

Assim que o trem parou, os judeus tentaram passar garrafas para fora a fim de pegar água. O trem, entretanto, estava cercado por guardas da SS, para que ninguém pudesse se aproximar. Naquele momento, um trem chegou vindo da direção de Jaroslaw; os viajantes afluíram em direção da saída sem se preocupar com o transporte. Alguns poucos judeus que estavam ocupados carregando um carro para as forças armadas acenaram seus chapéus para as pessoas que estavam trancadas."


Eu conversei com um policial em serviço na estação da ferrovia. À minha pergunta sobre de onde os judeus realmente vieram, ele respondeu:


"Aqueles são provavelmente os últimos de Lwow. Isso tem continuado por três semanas ininterruptamente. Em Jaroslaw eles só deixaram ficar oito, ninguém sabe por quê."


Perguntei: "Para onde eles irão?" Então ele respondeu: "Para Belzec." "E então?"


"Veneno." Eu pergutei: "Gás:" Ele encolheu os ombros. Então ele disse apenas:

"No começo eles sempre os fuzilavam, acredito eu."



Aqui na Casa Alemã eu só falei com dois soldados do campo de prisioneiros de guerra da linha de frente 325. Eles disseram que ultimamente estes transportes tinham corrido todos os dias, na maiora das vezes à noites. Acredita-se que ontem passou um de 70 vagões."


De Rawa Ruska, Cornides tomou o trem da tarde para Chelm. As coisas que ele aprendeu nessa jornada eram tão extraordinárias que ele fez três entradas separadas em seu diário dentro do período de uma hora, a primeira às 17:30:


"Quando nós embarcamos às 16:40, um transporte vazio tinha acabado de chegar. Eu acompanhei o trem a pé duas vezes e contei 56 vagões. Sobre as portas havia sido escrito em giz: 60, 70, uma vez 90, ocasionalmente 40 - obviamente o número de judeus que eram carregados lá dentro. Em meu compartimento eu falei com a esposa de um policial ferroviário que está atualmente visitando seu marido aqui. Ela disse que esses transportes agora estão passando diariamente, às vezes também com judeus alemães. Ontem seis corpos de crianças foram encontrados ao longo dos trilhos. A mulher acha que os próprios judeus tinham matado essas crianças - mas elas devem ter sucumbido durante a viagem.


O policial ferroviário que apareceu como companhia de trem juntou-se a nós no nosso compartimento. Ele confirmou as declarações da mulher sobre os corpos das crianças que foram encontrados ontem ao longo dos trilhos. Eu perguntei: "Os judeus sabem o que vai acontecer com eles?" A mulher respondeu:


"Aqueles que vêm de longe não sabem de nada, mas aqui na vizinhança eles já sabem. Então eles tentam fugir, se eles percebem que alguém está vindo atrás deles. Assim, por exemplo, mais recentemente em Chelm onde três foram fuzilados a caminho da cidade." "Nos documentos da ferrovia esses trens rodam sob o nome de transportesde reassentamento", notou o policial da ferrovia. Então ele disse que depois do assassinato de Heydrich, vários transportes contento tchecos haviam passado.


Judeus deportados


O Campo Belzec deve estar localizado à direita da linha férrea, e a mulher prometeu mostrá-lo a mim quando nós passássemos por ele.

17:40 pm. Uma parada rápida. Em frente a nós, um transporte pára novamente. Eu falo com o policial na frente do compartimento no qual nós estamos viajando. Eu pergunto:


"Você vai voltar para casa, para o Reich?" Sorrindo, ele diz:

"Você provavelmente sabe de onde nós estamos vindo. Bom, para nós o trabalho nunca está terminado."


Então o transporte à nossa frente vai embora, com 35 vagões vazios e limpos. Com toda a certeza este foi o trem que eu havia visto às 13:00 na estação Rawa Ruska.

18:20. Nós passamos pelo campo Belzec. Até então, nós viajamos por algum tempo através de uma floresta de altos pinheiros. Quando a mulher chamou, "Agora vem!", podia-se ver uma ponta alta de pinheiros. Um forte cheiro adocicado podia ser percebido distintamente. "Mas eles já estão cheirando mal", diz a mulher. "Oh, bobagem, é apenas o gás", disse o policial ferroviário rindo. Enquanto isso - nós havíamos percorrido cerca de 200 metros - o odor adocicado se transformava em um forte cheiro de algo queimando. "Isso é do crematório", diz o policial. Uma curta distância adiante, a cerca acabou. Na frente dela, podia-se ver uma casa de guarda com um posto SS. Um trilho duplo levava para dentro do campo. Um ramal de trilhos se separava da linha principal, a outra corria sobre uma rotunda a partir do campo para uma fileira de celeiros cerca de 250 metros adiante. Um vagão por acaso estava sobre a rotunda. Vários judeus estavam ocupados girando o disco.

Guardas da SS, com rifles sob os braços, estavam presentes. Um dos celeiros estava aberto; podia-se ver distintamente que estava cheio até o teto com fardos de roupas. Enquanto prosseguíamos, olhei para trás mais uma vez. A cerca era muito alta para se poder ver qualquer coisa. A mulher diz que às vezes, enquanto se passa, pode-se ver fumaça subindo do campo, mas eu não percebi nada do tipo. Minha estimativa é que o campo mede entre 800 por 400 metros."

Em seu diário, Cornides registrou conversas que teve com outras testemunhas:

"Na noite de 30 de agosto de 1942, na 'Casa Alemã' em Rawa Ruska, um engenheiro me contou:


"Tirando os poloneses e prisioneiros de guerra, judeus, que foram os principais transportados desde então, também foram empregados em conexão com o trabalho no solo de exercícios eqüestres que está localizado aqui. O trabalho dessas turmas de construção (que incluíam mulheres) atingia 30% do nível de produtividade de trabalhadores alemães em média. Enquanto algumas pessoas recebiam pão de nós, outras tinham que encontrá-lo por si mesmas. Por acaso, recentemente eu vi o carregamento de um transporte desses em Lwow. Os vagões ficavam ao pé do banco de areia. Usando paus e chicotes de cavalaria, os homens da SS dirigiam e empurravam as pessoas para dentro dos vagões. Aquele era uma visão que não esquecerei enquanto estiver vivo."


Lágrimas vinham aos olhos do homem enquanto ele contava sua história. Ele tinha aproximadamente 26 anos de idade, e usava um emblema do partido. Um capataz de construção dos sudetos que sentava-se à mesma acrescentou:


"Recentemente, um homem SS bêbado sentou-se na nossa cafeteria, chorando feito uma criança. Ele disse que estava servindo em Belzec, e que se as coisas corressem desse jeito por mais 14 dias ele se mataria, porque ele não poderia mais suportar."


Um policial no restaurante do prédio do governo em Chelm disse, em 1° de setembro de 1942:


"Os policiais que guardam os transportes judaicos não são permitidos dentro do campo; somente a SS e o Sonderdienst Ucraniano (uma formação policial que compreendia auxiliares ucranianos) eram permitidos. Por causa disso, eles criaram um bom negócio. Recentemente, um ucraniano que esteve aqui tinha um grande maço de notas, relógios, e ouro - tudo que se podia imaginar. Eles encontram tudo isso quando eles juntam e despacham as roupas."


Em resposta à pergunta, sobre o modo como os judeus eram mortos, o policial respondeu:


"Alguém diz a eles que eles precisam ser despiolhados. Então eles se despem e entram numa sala na qual, no início, entra uma onda de calor, e assim eles já receberam uma pequena dose de gás. É suficiente para agir como um anestésico local. O resto vem em seguida. E então eles são imediatamente queimados."


Quanto à questão de por que toda essa ação era executada, o policial declarou:


"Até agora, os judeus foram empregados em todo o lugar pela SS e pela Wehrmacht, etc., como trabalhadores auxiliares. Naturalmente, eles ouviram um monte de coisas, e além disso eles relataram tudo aos russos. Com tudo isso, eles têm que ir. E então eles também operavam todo o mercado negro e manipulavam os preços aqui. Quando os judeus se forem, os preços podem novamente se tornar razoáveis."


Fontes do texto:
Gilbert, Martin. Final Journey: The Fate of the Jews in Nazi
Germany, Mayflower Books, New York, 1979
Longerich, Peter. Die Ermordung der europäischen Juden. Serie Piper
1060, München, 1989


Fonte do artigo:
http://www.deathcamps.org/belzec/rawacornides_pt.html